Quando ser "bom demais" para um emprego se torna um problema

GESTÃO & NEGÓCIO

3/6/20253 min ler

three women sitting beside table
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Já imaginou ser rejeitado para uma vaga de emprego por ser "qualificado demais"? Parece contraditório, mas essa situação acontece com mais frequência do que se imagina e pode ser um grande obstáculo para profissionais experientes que desejam mudar de carreira ou simplesmente recomeçar em uma nova empresa.

Foi exatamente o que aconteceu com Emily, uma profissional que sonhava em atuar no setor de entretenimento e se candidatou para um cargo inicial em uma grande empresa de Londres. Seu currículo chamou atenção do RH, que a elogiou bastante. Mas, na entrevista, veio a surpresa: ela foi considerada qualificada demais e sua candidatura foi descartada. A justificativa? O receio de que ela ficasse entediada e deixasse a empresa rapidamente.

A ideia de que mais experiência e qualificação garantem melhores oportunidades de emprego não se aplica em todos os casos. Muitas empresas enxergam profissionais superqualificados como um risco, seja por medo de que busquem desafios melhores em pouco tempo, seja por receio de que não se adaptem à cultura organizacional ou às lideranças mais jovens.

O dilema dos profissionais experientes

Com o tempo, os trabalhadores conquistam mais experiência e buscam posições mais elevadas, mas nem sempre isso significa um caminho linear. Em alguns momentos da carreira, faz sentido dar um passo atrás para aprender algo novo, mudar de segmento ou ajustar a rota profissional. No entanto, muitos recrutadores veem essa movimentação com desconfiança.

Terry Greer-King, executivo da empresa de cibersegurança SonicWall, explica que, quanto mais alto um profissional chega, menos oportunidades aparecem. Quando alguém decide mudar de área ou tentar um cargo mais baixo, precisa convencer o recrutador de que isso não será um problema no longo prazo. Infelizmente, essa justificativa nem sempre é suficiente.

O receio das empresas em contratar superqualificados

Empresas temem que profissionais experientes fiquem insatisfeitos rapidamente. Afinal, quando um funcionário está desmotivado, ele pode buscar outra oportunidade, causando uma nova abertura de vaga e aumentando os custos com recrutamento e treinamento. Isso explica por que muitas companhias evitam contratar pessoas que claramente poderiam ocupar cargos superiores.

Além disso, há preocupações estruturais. Um profissional mais velho e experiente pode acabar sendo liderado por alguém mais jovem e com menos experiência, o que pode gerar desconforto e desequilíbrio na equipe. Muitas empresas também têm estruturas rígidas, sem espaço para um crescimento rápido, o que pode desmotivar um profissional qualificado que busca desafios constantes.

Como superar essa barreira?

Se você é um profissional experiente e está enfrentando esse desafio, algumas estratégias podem ajudar:

  1. Explique suas motivações com clareza: Deixe claro por que você está se candidatando ao cargo e como ele se encaixa nos seus objetivos de carreira.

  2. Destaque seu comprometimento: Mostre que você está disposto a permanecer na empresa e contribuir para o seu crescimento.

  3. Adapte seu currículo sem omitir informações: Enfatize as habilidades mais relevantes para a vaga, mas sem "enxugar" demasiadamente sua experiência.

  4. Busque empresas mais flexíveis: Startups e pequenas empresas costumam ser mais abertas a contratar profissionais superqualificados e a criar cargos adequados para aproveitá-los melhor.

Ser considerado "bom demais" para um emprego pode ser frustrante, mas é um reflexo da maneira como muitas empresas enxergam a gestão de talentos. Para os profissionais, o segredo está em entender esse receio e encontrar maneiras de mostrar que sua experiência é um diferencial, e não um obstáculo.

- Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-62127190

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Fabrício Ribeiro, PhD h.c em Empreendedorismo pelo International Institute of Business Management & Research Technology, Doutor h.c em Administração de Empresas pela Logos University International, Mestre em Gestão Empresarial pela City University, Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Goiás, com MBA em Gestão de Projetos pela USP (em andamento), MBA em Administração de Empresas e MBA em Gestão da Qualidade e Processos. Bacharel em Ciências Econômicas pela UniCV (andamento). CEO da Ribeiro Corporation, Fundador da Revista do Administrador, Conselheiro do CRA-GO e Diretor da ACIEG Jovem. Membro Associado da Harvard Alumni Entrepreneurs, Autor dos Livros: Seja o Administrador da sua História e Felicidade no Trabalho. Recebeu em 2024 uma Citation em Administração pela The Commonwealth of Massacusetts, Boston – USA. Foi também, Pesquisador Científico pela PUC GOIÁS e é Especialista em Felicidade Corporativa.

Contato: fabricio.ribeiro@crago.adm.br

CRA-GO: 18340.

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